Apoio à Produção para os Agricultores Familiares do Entorno do Parque Nacional Serra da Cutia

Entre 2007 e 2010, o Centro de Estudos Rioterra, através do programa Áreas Protegidas da Amazônia (ARPA), realizou um projeto no entorno do Parque Nacional Serra da Cutia, em Guajará Mirim, Rondônia. O objetivo foi melhorar a conservação da unidade de conservação envolvendo os moradores locais no desenvolvimento das cadeias produtivas de mandioca e artesanatos. Estas atividades foram acordadas com a comunidade para promover inclusão de gênero, organização social e geração de renda, apoiando a Associação de Moradores e Agricultores Familiares do Distrito de Surpresa (AMADSUR) e a Associação de Mulheres e Jovens do Distrito de Surpresa (AMJOS).

Os agricultores ampliaram a oferta de derivados de mandioca, diversificando suas fontes de renda. Eles aprenderam novas técnicas de produção para padronizar os produtos e melhoraram as condições de higiene, adequando a produção às exigências de mercado. Estes fatores elevaram o valor da farinha produzida na comunidade em aproximadamente 400%, em comparação ao valor no início do projeto. Este apoio incluiu a estruturação física das sedes administrativas, treinamento para gestão e organização social, assessoria técnica, e investimentos na produção, beneficiamento e comercialização de mandioca e artesanatos. Isso resultou em melhorias no diálogo com os gestores do parque e na diminuição da pressão sobre os recursos naturais, contribuindo para a conservação da biodiversidade.

Entre os resultados, destaca-se o apoio à conservação da biodiversidade amazônica, a reutilização de 170 hectares de áreas abandonadas para produção através de sistemas agroflorestais, e a produção e doação de mais de 800.000 mudas de espécies frutíferas e florestais. Além disso, mais de 300 famílias receberam assistência técnica e extensão rural, e aproximadamente 300 propriedades foram cadastradas no Cadastramento Ambiental Rural (CAR). O projeto também promoveu a ampliação de eventos e espaços para disseminação de conhecimentos e troca de saberes, gerando 80 empregos diretos e envolvendo mais de 9000 pessoas em atividades de educação ambiental.