Na realização de ações que contribuam para o desenvolvimento sustentável da Amazônia nós, da Rioterra, somos engajados no trabalho pela Conservação da Biodiversidade, Combate às Mudanças Climáticas e Redução das Vulnerabilidades Sociais.

Três eixos de atuação estratégicos que norteiam ações implementadas de forma integrada e interdependente, tornando possível a construção de um ambiente onde o trabalho de restauração de áreas desmatadas e o incentivo a conservação da floresta em pé, contribuem para a transformação social através do desenvolvimento econômico das comunidades tradicionais da Amazônia de forma justa, inclusiva , ambientalmente sustentável e também na redução de emissão de gases de efeito estufa no combate ao aquecimento global.

vsocial

Redução das Vulnerabilidades Sociais

Os principais problemas relacionados ao desmatamento na Amazônia estão associados à vulnerabilidade econômica e social das populações que vivem na região. Sem acesso à modelos de desenvolvimento includentes, que tenham a conservação ambiental como estratégia de acesso aos recursos, muitas famílias encontram no desmatamento uma fonte de subsistência.

Por isso, nosso trabalho tem como ponto de partida a pesquisa e a inovação na construção de modelos que integrem o desenvolvimento econômico e social à conservação, promovendo o combate às mudanças climáticas e e a conservação da biodiversidade na Amazônia..

Tudo começa com o olhar para as pessoas. A partir da valorização e respeito à cultura e aos saberes das comunidades locais, apresentamos alternativas que possibilitem diminuir a pobreza e a realização do potencial dos povos da Amazônia com dignidade e garantia aos seus direitos.

Ao fortalecer a participação social a partir do acesso ao conhecimento e as estruturas econômicas através da formação de cadeias de valor sustentáveis, construímos um cenário em que a pressão sobre a floresta diminui, o desmatamento torna-se desnecessário e a conservação da biodiversidade ganha papel estratégico para a qualidade de vida e bem estar das pessoas.

Entre as ações desenvolvidas nesses 22 anos de atuação na Amazônia, ganham destaque pelos resultados gerados para diminuição das vulnerabilidades sociais, os projetos de apoio à Agricultura Familiar e às Comunidades Extrativistas.

O que fazemos? Muitas ações.

  • Em projetos de reflorestamento de áreas degradadas em Unidades de Conservação, geramos empregos diretos e indiretos e promovemos treinamentos que capacitam os moradores das comunidades tradicionais na realização de atividades especializadas e na melhor gestão de suas atividades extrativistas.
  • Pelo uso de Sistemas Agroflorestais, apresentamos aos produtores novas opções de produção e geração de renda que valorizam o reflorestamento das áreas, formando corredores ecológicos no entorno de Unidades de Conservação do Estado.
  • Promovemos o fortalecimento de grupos sociais através de ações de gestão e organização social para que possam acessar direitos e políticas públicas de forma colaborativa. Ao todo, 120 organizações representantes da sociedade civil, como cooperativas, associações, federações e sindicatos, já receberam nosso apoio na organização de núcleos regionais e na elaboração de propostas para implementação de políticas públicas.
  • Implementamos ações de valorização e empoderamento das mulheres na gestão das propriedades rurais e na participação em espaços de construção de políticas públicas para o Setor Florestal e a Agropecuária.
  • Através de treinamentos e Assistência Técnica e Extensão Rural (ATER), capacitamos os produtores sobre os processos de gestão das propriedades rurais, a implantação de projetos agrícolas em SAFs e no adequado manejo do solo, desenvolvendo uma agricultura de baixo carbono e de práticas regenerativas.
  • Nossas ações estão alinhadas à políticas nacionais e internacionais de combate a vulnerabilidade econômica e social de povos tradicionais,inclusão de minorias e igualdade de gênero. Apoiamos e norteamos nossas ações a partir de iniciativas como os Objetivos de Desenvolvimento Sustentável (ODSs), implementados pela Organização das Nações Unidas (ONU) para, até 2030, promover ações que possibilitem acabar com a pobreza, proteger o meio ambiente e o clima e garantir que as pessoas, em todos os lugares, possam desfrutar de paz e de prosperidade.
biodiversidade

Conservação da Biodiversidade

A restauração de ecossistemas é uma ação concreta capaz de recuperar a diversidade biológica e os serviços ambientais de uma região, bem como reverter os impactos causados por desmatamentos, queimadas e uso inadequado do solo.

Na promoção de ações de reflorestamento e incentivo à manutenção da floresta em pé, nós, da Rioterra, trabalhamos há mais de 22 anos na Amazônia, onde está a maior floresta tropical do mundo, berço da maior biodiversidade do planeta. Cerca de 15% de toda diversidade de vida no planeta está na região. Contudo, apresar dessa riqueza, estima-se que aproximadamente 20% da floresta já foi degradada nas últimas décadas.

São inúmeras as funções ecológicas da floresta Amazônica. Ela é considerada por muitos, como fundamental para a existência da vida no planeta tal qual a conhecemos hoje. Apenas para citarmos algumas, ela vão da promoção de desenvolvimento econômico e social para comunidades tradicionais através da exploração sustentável dos recursos naturais, passando pela regulação da qualidade do ar, da qualidade da água, níveis de umidade e ciclos de chuvas nas Américas, preservação da qualidade do solo e proteção à diversidade biológica, até o combate ao aquecimento global pela fixação de gases de efeito estufa..

Por sua importância para os moradores da região e para o mundo, desenvolvemos projetos de conservação e de recuperação da cobertura vegetal de áreas degradadas com resultados concretos para a Conservação da Biodiversidade e em atendimento às políticas nacionais e internacionais, como as metas elaboradas na Convenção da Diversidade Biológica (CDB) para deter a perda da biodiversidade planetária e os Objetivos de Desenvolvimento Sustentável (ODS) estabelecidos pela Organização das Nações Unidas para restauração de ecossistemas ao redor do mundo até 2030.

Nossas ações, tem evitado a perda de ambientes e fragmentação de habitats para as populações locais ao promover a restauração aliada a agricultura regenerativa, geração de renda e segurança alimentar.

Com a criação de um Banco de Sementes Matrizes na Floresta Nacional do Jamari, em parceria com o Instituto Chico Mendes da Biodiversidade (ICMBio), contribuímos para a perpetuação de material genético de 101 espécies nativas, diminuindo a pressão antrópica sobre cinco espécies ameaçadas de extinção (Mogno, Itaúba, Castanha, Cedro Fissilis e Cedro Odorata).

Em nossa atuação na restauração de áreas ilegalmente desmatadas em Unidades de Conservação do Estado e no reflorestamento de áreas de Reserva Legal e Matas Ciliares de propriedades rurais da Agricultura Familiar em cerca de 30% dos municípios rondonienses, já contribuímos com recuperação de 5.077 mil hectares de áreas degradadas, formando corredores de flora que possibilitam a dispersão de sementes e a regeneração natural de áreas do entorno.

aquecimento-global-icon

Mudanças Climáticas

As mudanças climáticas tem se agravado a cada dia e a humanidade tem sentindo seus efeitos com catástrofes ambientais acontecendo por todo o mundo, como destacado no último relatório do IPCC.

O tema interessa a todos nós, pois não se trata apenas da elevação da temperatura do planeta, mas de suas consequências para a qualidade de vida e existência humana. Se a temperatura no mundo continuar elevando no ritmo atual, teremos escassez de alimentos e de água potável, graves impactos na saúde por causa da qualidade do ar e do surgimento de epidemias e pandemias, por exemplo. Por isso, atualmente, já não utilizamos o termo “mudanças climáticas”, e sim emergência climática, pois pela atual conjuntura o tema tornou-se questão de segurança para a vida de todos.

Essa é nossa última chance! É o que demonstram estudos realizados por centenas de pesquisadores ao redor do mundo e apresentados no último relatório do Painel Intergovernamental sobre Mudanças Climáticas (IPCC), organização criada pelas Nações Unidas (ONU) para fornecer avaliações científicas regulares sobre riscos e impactos das mudanças climáticas em escala global.

Os próximos 10 anos representam a linha do tempo que estes cientistas identificaram como a última chance para evitar mudanças climáticas catastróficas e, para isso, é preciso manter o aumento da temperatura global em 1,5°C em relação ao período pré-industrial, limite necessário para prevenir os piores impactos. A solução é a implementação de ações severas, diminuindo em 50% a emissão de gases de efeito estufa (GEEs ) até 20230 e zerando até 2050.

Neste cenário, nós, da Rioterra, estamos empenhados em ações que contribuem no combate à emergência climática pela implementação de projetos que fixam carbono e atuam para evitar emissões oriundas de perda florestal, através do reflorestamento e a projetos de REDD+, respectivamente.

Depois da queima de combustíveis fósseis, desmatamentos e queimadas representam a principal fonte de emissões de GEEs no mundo. No Brasil, é a principal fonte das emissões. Pelo fato das florestas possuírem imensa capacidade de reter e armazenar carbono, ao desmatar uma área , seja por corte ou queimadas, grande quantidade de carbono na forma de CO2 é liberado para a atmosfera.

Quando conservadas, as florestas tropicais armazenam bilhões de toneladas de carbono, diminuindo a concentração de GEEs na atmosfera e contribuindo para estabilizar o clima no mundo. A Amazônia responde por cerca de 14% do carbono assimilado por fotossíntese e abriga 17% de todo o carbono estocado em vegetação em todo o planeta.

E nosso trabalho na restauração da cobertura vegetal em áreas degradas e/ou alteradas da Amazônia tem papel estratégico não apenas na manutenção desses estoques, mas no sequestro desses gases da atmosfera e sua fixação no solo e na vegetação das áreas reflorestadas.

E conseguimos ir além, com os projetos de incentivo ao desenvolvimento sustentável da agricultura familiar e comunidades extrativistas, ajudamos a criar condições para que os produtores tenham benefícios sociais e econômicos com a manutenção da floresta em pé, contribuindo para conter desmatamentos e as queimadas ilegais nas regiões atendidas, como o projeto de crédito de carbono gerado através da Redução das Emissões por Desmatamento e Degradação Florestal (REDD+), implantando de forma pioneira por nós, em 2012, na Reserva Extrativista Rio Preto Jacundá.

Nossa pesquisa para quantificação de estoques de carbono nas áreas de implantação desses projetos de reflorestamento é também uma contribuição estratégica no combate às mudanças climáticas.

Desenvolvida desde 2016, esta é uma das maiores e mais completas pesquisas do setor na Floresta Amazônica. Utilizamos métodos em que a biomassa é medida in loco, a partir de parcelas e extração de material amostral para detecção dos teores de carbono contidos em cada uma dessas partes.

Esse trabalho possibilita criarmos uma base de informações refinada sobre as dinâmicas de estocagem nos solos, na biomassa vegetal viva acima e abaixo dos solos, na serapilheira e na necromassa em florestas primárias, plantios mistos, áreas de regeneração natural, pastagem e plantação de soja.