Lideranças indígenas se preparam para gerir projetos ambientais com protagonismo e autonomia

O objetivo é treinar representantes de associações em gestão de projetos de alto nível.

Para melhorar os resultados de projetos socioeconômicos e ambientais em terras indígenas é necessário constituir um modelo de gestão administrativa atrelado a um sistema de governança inovador que possa perdurar, incluindo novas ações para garantir a sustentabilidade e pensar em métodos de trabalho em equipe, aproveitando os recursos tecnológicos e promovendo sucessores que possam compreender os objetivos em todas as suas fases.

Esse conceito foi discutido no 1º módulo do curso de “Gestão Administrativa e Financeira para Povos Indígenas”, executado em Porto Velho, entre os dias 12 e 17 de agosto, envolvendo lideranças e gestores das associações e cooperativas das Terras Indígenas Igarapé Lourdes e Rio Branco (Rondônia) e Zoró (Mato Grosso).

De acordo com a gerente administrativa da Rioterra, Telva Maltezo, a metodologia aplicada favorece o processo de governança onde os próprios participantes identificam as metas e os meios para alcançar os resultados previstos em todas as fases de execução de grandes projetos. “Estamos pensando na sustentabilidade das ações com benefícios coletivos e para que haja a continuidade da execução é necessário garantir a formação de novas lideranças que possam manter as etapas futuras. Estamos lidando com novas modalidades de projetos, alguns de prazos bem longos e que exigem muita organização das comunidades. O sucesso vai depender de uma governança eficaz e autônoma”, explicou.

Visão das lideranças

Uma das lideranças de seu povo, Delson Gavião, disse que o curso proporcionou maior experiência em administração de projetos e serviu para aprimorar os conhecimentos já adquiridos. Ele enfatizou que os povos indígenas, desde o primeiro momento, sempre preservaram a floresta em pé e que as novas ferramentas que estão pleiteando vem fortalecer a sobrevivência e a reprodução física e cultural dos povos indígenas. “Isso é importante para os indígenas e para o mundo. Uma oficina dessa vem de alguma forma nos fortalecer porque buscamos o protagonismo e a autonomia dos povos indígenas. Reconhecemos a contribuição das pessoas que vêm de fora, mas as novas formas de financiamento climático devem envolver a participação de pessoas de nossas comunidades na execução dando a nossa visão e conhecimento adquirido para somar nos resultados”, destacou.

O cacique Pedro Agamenon Arara, presidente da Associação Indígena Karo Pay Gap, vê a possibilidade de garantir a sustentabilidade da terra indígena com a floresta intacta e a importância de consolidar um sistema administrativo envolvendo as gerações atuais e as futuras. Para a liderança Maria Cléssia o curso proporcionou maior conhecimento de planejamento e execução de cronogramas, o que favorece melhor gestão financeira e administrativa. A jovem liderança Shirlei Arara enfatizou que os conhecimentos decorrentes da relação com a Rioterra tem sido muito importante no território porque já trouxe muitas coisas positivas na unificação do seu povo. “A muito tempo não tínhamos um trabalho coletivo envolvendo todas as comunidades, e a Rioterra conseguiu provocar essa união em torno de uma ação coletiva duradoura”, ressaltou.

Saiba mais

Se você deseja apoiar ou conhecer mais sobre projetos que unem sustentabilidade e fortalecimento das comunidades indígenas, entre em contato com a Rioterra e faça parte dessa transformação. Juntos, podemos preservar a Amazônia e garantir um futuro mais verde e sustentável para todos!
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