O Projeto Peixe Vivo, apoiado pelo programa Áreas Protegidas da Amazônia (ARPA) entre 2008-2010, foi uma iniciativa para fortalecer as organizações da sociedade civil residentes no entorno de unidades de conservação na Amazônia. Investimentos foram realizados junto à comunidade de pescadores artesanais do município de Pimenteiras do Oeste, Rondônia, situada no entorno do Parque Estadual Corumbiara, para estruturar a colônia, organizar sua produção e melhorar as condições de armazenamento do pescado, importantes elos desta cadeia produtiva. O projeto visava melhorar e diversificar a geração de renda e empoderar os atores sociais da Colônia de Pesca, incentivando práticas sustentáveis de pesca para diminuir a pressão sobre os recursos naturais do parque.
A economia amazônica é fortemente pautada no setor primário, o que gera intensa pressão sobre a floresta. O projeto permitiu que, com investimentos em organização e gestão social, a Colônia de Pescadores de Pimenteiras do Oeste se reestruturasse e fosse percebida como uma instituição de referência na região. A reforma da fábrica de gelo possibilitou que a colônia obtivesse renda extra através da venda de gelo para eventos e turistas, e fornecesse gelo a um custo menor aos seus associados, gerando economia para mais de 130 famílias. Essas ações melhoraram a comunicação entre os gestores do Parque Corumbiara e os pescadores artesanais, promovendo uma maior apropriação da importância social, econômica e ambiental da área protegida.
Os resultados do projeto incluem a diminuição da pressão de pesca na área do Parque Estadual Corumbiara, contribuindo para a conservação da biodiversidade. A estruturação física do espaço de gestão da colônia, a diversificação produtiva através do beneficiamento do pescado, e a inclusão das mulheres em atividades ligadas à pesca artesanal foram outros importantes avanços. Em 2009, a Colônia de Pesca de Pimenteiras foi eleita colônia modelo de Rondônia durante a 3ª Conferência Estadual de Aquicultura e Pesca, devido aos trabalhos desenvolvidos no projeto Peixe Vivo. O projeto também ampliou a participação social nos conselhos municipais e estaduais, elevando a autoestima e fortalecendo a identidade cultural dos pescadores, promovendo um desenvolvimento local sustentável.