Nos anos de 2007 e 2008, entidades não governamentais de Rondônia, preocupadas com a situação socioambiental do estado, principalmente com as grandes obras de infraestrutura projetadas para o sudoeste da Amazônia, formaram um grupo de cooperação para difundir tais questões entre a sociedade, visando discutir alternativas e os problemas decorrentes desses projetos. O Centro de Estudos Rioterra desenvolveu mecanismos de comunicação que, além de disseminar informações, primassem pela formação de comunicadores sociais entre as populações tradicionais e indígenas, criando uma rede regional de comunicação.
Essas ações melhoraram a participação social e qualificaram o monitoramento das atividades de implementação de grandes obras de infraestrutura no sudoeste da Amazônia. As comunidades ganharam protagonismo e voz para suas reivindicações, assegurando novas formas de luta para garantir seus direitos. A democratização do acesso à informação permitiu que locais com pouca ou nenhuma infraestrutura de comunicação pudessem qualificar suas discussões e difundir o patrimônio cultural e natural da Amazônia, sensibilizando mais pessoas em prol de justiça social nos projetos propostos.
Entre os resultados, distinguem-se diversas capacitações e o fortalecimento de várias organizações sociais que atuam na região na luta por garantia de direitos. Foi criada a Central de Comunicação Madeira Mamoré, um espaço voltado para a difusão de saberes e informações sobre projetos de infraestrutura que impactam a Amazônia. Também foi produzido um vídeo documentário intitulado “O que Beira a Beira do Rio Madeira” sobre o processo de licenciamento das usinas do Madeira. A criação do Observatório Social deu visibilidade a um público historicamente excluído, permitindo sua participação nos processos de construção de políticas públicas.