Transformando pelo ensino: curso de viveirista da Rioterra forma agentes da restauração ambiental em Rondônia

Curso realizado em Itapuã do Oeste capacita moradores, agricultores, professores e gestores públicos para atuarem na recuperação de áreas degradadas

Durante três dias, o Viveiro Florestal do Centro de Inovação da Amazônia – Rioterra em Itapuã do Oeste (RO), recebeu participantes de diferentes municípios de Rondônia para o Curso de Viveirista Florestal. A atividade gratuita teve como objetivo capacitar pessoas no manejo e na produção de mudas nativas, com foco na recuperação de áreas degradadas e na valorização da cadeia da restauração florestal.

O curso abordou a estruturação de um viveiro desde seus conceitos básicos, passando pelo planejamento e gestão, até as etapas práticas que envolvem a operação completa, desde a coleta e beneficiamento de sementes, até o manejo das mudas. A formação foi conduzida por profissionais da equipe técnica da Rioterra, entre eles a engenheira florestal Raquel Jacobson e o viveirista-chefe Leandro Santos, ambos com ampla experiência na produção de mudas e restauração ecológica.

“A importância do curso é capacitar as pessoas. A gente tem a vertente de disseminar esse conhecimento que existe dentro do viveiro e também levar esse conhecimento para que possa ser replicado depois. Isso é uma coisa muito importante.”

Raquel Jacobson – Supervisora do Viveiro Coord. Produção de Mudas

A realização de cursos como o de viveirista florestal faz parte do compromisso da Rioterra com o fortalecimento da cadeia de recuperação da cobertura vegetal na Amazônia. A diversidade dos participantes evidencia essa missão: estavam presentes desde gestores públicos, como secretários de meio ambiente, até educadores da rede pública, jovens em busca de qualificação e moradores da zona rural interessados em aplicar os conhecimentos em suas propriedades.

Da floresta à sala de aula:

Professor de ciências na Escola Mafalda Rodrigues, em Ariquemes (RO), Valdemir participou do curso com o objetivo de levar o conhecimento adquirido para seus alunos. Ele viu na formação uma oportunidade de enriquecer as atividades pedagógicas com experiências práticas sobre restauração florestal.

“Acredito que toda escola, tanto da rede pública quanto privada, deveria estar fazendo isso também. Precisamos recuperar essas áreas que hoje estão degradadas”

Novas oportunidades:

Moradora de Itapuã do Oeste, Aline encontrou no curso uma chance de voltar ao mercado de trabalho e de conexão com a natureza. Desempregada no momento, ela soube da formação por meio de uma amiga, se inscreveu e foi uma das vinte pessoas selecionadas.

“Para mim é um conhecimento a mais, para mim, isso é novo. É a primeira vez que eu estou tendo contato e está sendo maravilhoso. Mais para frente, quem sabe, eu tenha a oportunidade de entrar também e trabalhar na equipe deles.”

Restaurar a natureza é uma missão pública:

Recém-empossado secretário municipal de Meio Ambiente de Theobroma (RO), João Batista participou do curso de viveirista com um olhar voltado à gestão ambiental pública. Para ele, o aprendizado adquirido durante a formação fortalece as ações que já estão sendo desenvolvidas no município.

“A gente tem trabalhado constantemente para tanto produzir a muda lá quanto a buscar conhecimento. Hoje nós temos muitas APPs, muitas áreas que já foram degradadas, foram derrubadas e a gente precisa voltar atrás, reconhecer os nossos erros e começar a buscar formas de ajudar o produtor a plantar e a produzir”.

A formação de viveiristas florestais vai muito além do repasse de técnicas. É um investimento em pessoas, territórios e no futuro das florestas. O curso realizado pela Rioterra reafirma o compromisso da organização com a restauração e a inclusão social na Amazônia. Cada participante sai não apenas com novas habilidades, mas com o potencial de se tornar multiplicador de práticas sustentáveis que fortalecem a biodiversidade e as comunidades locais.