Você já ouviu falar na Aliança dos Povos da Floresta?
Ela nasceu como uma rede de união entre três territórios indígenas em Rondônia, com um objetivo claro: fortalecer a autonomia dos povos dentro de seus territórios. Mais do que um espaço de articulação, a Aliança funciona como um círculo de apoio, onde cada povo compartilha experiências, orientações e estratégias. Na prática, é como se um desse a mão para o outro para caminhar juntos e buscar soluções. A Aliança é conduzida pelos próprios indígenas, mas conta com a colaboração da Rioterra, que tem atuado como parceira técnica.
E esse movimento só cresce. A Aliança já tem nome, voz e, cada vez mais, vem conquistando espaço em diálogos estratégicos sobre o futuro da Amazônia e o papel dos povos indígenas na agenda climática.
Foi nesse espírito que, nesta semana, a Fundação Nacional dos Povos Indígenas (FUNAI) esteve na Terra Indígena Rio Branco para dialogar com as lideranças da Aliança sobre iniciativas de REDD+ (Redução de Emissões por Desmatamento e Degradação Florestal), mecanismo internacional voltado para a redução de emissões por desmatamento e degradação florestal, que pode gerar benefícios diretos para as comunidades locais por meio da valorização da floresta em pé.

O encontro reuniu lideranças da Terra Indígena Rio Branco e também de outros territórios que compõem a Aliança, como a comunidade Zoró, do Território Zoró, e indígenas Arara e Gavião, da Terra Indígena Igarapé Lourdes.
Entre as pautas discutidas estiveram a importância das iniciativas de REDD+ para os povos indígenas, os desafios diante de preconceitos e barreiras para a elaboração de projetos, o protagonismo indígena na tomada de decisões e o caminho técnico e legal necessário para a implementação dessas iniciativas.

Durante a reunião, a presidente da Aliança dos Povos da Floresta, Shirlei Arara, destacou o significado desse momento:
“Este grande evento que está acontecendo aqui para nós é uma das maiores vitórias, porque desde o início da nossa caminhada do projeto a gente tem buscado a Funai para ter um diálogo, para que ela também esteja caminhando conosco, para que ela também passe a conhecer a realidade e de como que a gente quer construir o nosso projeto.. A Aliança tem sido uma rede onde os três territórios que estão trabalhando com o projeto se fortalecem, se comuniquem, se orientem, um passa a força para o outro, um busca meios com o outro, então a Aliança já tem um nome.”


Além da pauta climática, o encontro também relembrou ações já realizadas em parceria com a Rioterra, como reflorestamento, fortalecimento da produção agrícola, melhorias no das estruturas de saneamento, energia, transporte e comunicação e fortalecimento das organizações sociais.

Com esse diálogo, a Aliança dos Povos da Floresta dá mais um passo no fortalecimento da autonomia indígena e mostra que os projetos saem do papel para se tornarem realidade em seus territórios.